A incapacidade de delegar é responsável por baixo desempenho, estafa, longas horas de trabalho e qualidade da entrega aquém do que se poderia obter. Essa incapacidade é mais comum em líderes de primeira viajem – bons técnicos que foram promovidos a cargos que requerem a capacidade de gerir equipes e distribuir responsabilidades. Aquele incapaz de designar tarefas pode se desmotivar, ficar estagnado na carreira ou, até, ser demitido da função. Alguns benefícios de delegar com eficiência são:
- Liberar o líder para o raciocínio mais amplo e estratégico, o que viabiliza a exploração crítica de caminhos, o uso inteligente dos recursos e, assim, melhores decisões;
- Gerar autonomia para os membros da equipe realizarem o trabalho, o que aumenta o engajamento, o senso de propriedade e, até, a inovação;
- Aumentar a produtividade, porque o trabalho foi distribuído para aproveitar a energia e o potencial de cada um.
Se é tão fundamental a delegação e se espera isso dos líderes, por que é tão difícil para alguns desenvolverem essa competência? Descrevo alguns motivos. O primeiro é o medo do fracasso. Por medo do resultado não sair a contento, ou de conflitos que possam barrar o sucesso da atividade, muitos nem se arriscam. Um segundo motivo é porque o líder não conhece bem sua equipe: não tem clareza quais são os conhecimentos, habilidades e desejos dos membros da equipe, por isso não percebem as demandas como oportunidades para delegação. Por fim, um terceiro motivo é o líder se perceber ainda como aquele “eu faço como nenhum outro”, não como um desenvolvedor de pessoas.
A arte de passar bastões não é uma simples ação de se livrar de uma tarefa dizendo para outro fazer. Ao contrário, é um processo. Um bom coach pode viabilizar o desenvolvimento da capacidade de delegar com eficiência, facilitando com que o líder aproveite o potencial da equipe e crie um ambiente de confiança e compromisso no time. Ao passo que isso acontece, o líder fica livre para a atividade do planejamento e da reflexão estratégica, podendo, assim, levar a organização ao próximo nível de desempenho.
