O sentimento de exclusão social se aproxima da dor física, segundo o estudo publicado na revista Science. Existem evidências que o sistema de regulação da dor e da exclusão social compartilham a mesma região de ativação no cérebro (mesma base neuroanatômica). Isso porque foi encontrado um padrão de ativação do sistema da dor em situações de exclusão social.
Uma característica essencial de todos nós é nos sentirmos bem quando somos queridos e aceitos, e nos sentirmos mal quando somos excluídos ou rejeitados por uma pessoa ou grupo importante para nós. Esse sistema da dor da exclusão social foi evolutivamente desenvolvido para proteger os indivíduos da perda do suporte social do grupo, ou, em outras palavras, para promover a manutenção dos vínculos sociais que suportam nossa sobrevivência e reprodução. O sistema da dor se tornou, então, um alarme comum de que alguma coisa não vai bem socialmente.
Um subproduto da rejeição é a reação agressiva. Usualmente, a pessoa que sente dor física tem uma resposta adaptativa de agressão para se livrar da dor, no sentido de se proteger. Isso explica a reação agressiva – a priori mal adaptada – de pessoas que se sentem excluídas socialmente. Assim, fica mais claro porque a pessoa que sente dor social, também tem comportamento agressivo – uma resposta mais primitiva -: ela quer se livrar da dor. Naturalmente, esse comportamento dificulta a formação de laços ou de novos laços, sendo portanto disfuncional para aquele que se percebe excluído.
REFERÊNCIAS:
Eisenberger, N. I., Lieberman, M. D., Williams, K. D., (2003). Does rejection hurt? An fMRI study of social exclusion. Science, 302, 290-292.
Eisenberger, N.I. (2011). Why rejection hurts: What social neuroscience has revealed about the brain’s response to social rejection. To appear in: J. Decety & J. Cacioppo (Eds.). The Handbook of Social Neuroscience (p. 586-598). New York, NY: Oxford University Press..